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Entropia.

Fazemos o que tem de ser feito, e a natureza sempre flui para onde deve seguir. Nós temos escolha, pensamos, desistimos, nos preocupamos, repetimos... Já a natureza apenas flui, inevitavelmente. E nossa vida segue esse fluxo natural inescapável, apesar de toda e qualquer tentativa oposta aplicada diariamente por nós. Resistência. Nós resistimos ao que é, pois temos a nossa disposição os mais variados cenários mentais do que deveria ser. Deveria ser, mas não é. Mas deveria. Então eu queria... Eu quero. Logo, não posso me permitir fluir de acordo com essa maré de absurdos dissonantes com minhas projeções. E então me resta agir, espernear, pedir, mandar, solicitar, sofrer, questionar... Fugir. Fugimos do inevitável, e em vez de desenvolvermos meios para lidar com o que é, preferimos lutar pelo "e se". E não travamos uma batalha focada no presente/futuro, lutamos pelo "se" do passado. Desejamos tão ardentemente que as coisas não tivessem sido como foram, e não s

Unguento

O tempo é como o vento, leva todos os lamentos... Dos dias frios fica a saudade, dos quentes algum tormento. Saudades do que vi, imaginei ou senti. Não apenas do que vivi. Projetei cenários, simulei, cri. Esperei, contruí, desmorei... Desejei, mas não parei por aqui. Desconstrução, reformulação, alguma condescendência... Um ou dois copos, vinho, suco ou água benta. De toda forma o líquido faz movimentar a correnteza. Correnteza dirigida pelo vento que, nem notei, já se encarregou da minha tristeza.

Ornar.

Saltos ornamentais, cotidianos mentais. Saltos e alguma perseguição. Confusão e muita resignação. Desconhecimento, emburrecimento e falta de treinamento. Usar as palavras com a atenção que elas exigem, conhecê-las todas... Antônimos, sinônimos, acrônimos, atônitos... Buscar o que já está ultrapassado, e reinventar. Atualizar, só que não. rs Abreviar, atenuar, modificar até extenuar. Quem não encontraria diversão em ler um dicionário?! Ou quem encontraria? Acho que encontrei. Ainda há tanto a descobrir e tanto a esquecer. Imaginar, recriar, deduzir, amadurecer... Um livro a acrescentar, tomar emprestado, devolver, não estragar. Expor, repetir, reutilizar, doar. Ornou? Ornei. Adorei, vou comprar.

Ano novo?

Tempo, tempo, não tenho tempo. Atrasado ou adiantado... Só sei o que está marcado. O tempo como medimos é invenção, artifício humano, pura ilusão. Sem eletricidade provavelmente acompanharíamos o ritmo das galinhas, regulados por puro capricho da melatonina... Estar sempre atarefado, agitado, regulado... Nem sempre é proveitoso. A ocupação acalenta o ego, seu fruto é, muita vezes, um engodo. Perder o tempo ou o ganhar, parece justo assim classificar. Porém enquanto altercamos a vida está aí, o mais razoável, para mim, é apenas usar.